quarta-feira, 29 de junho de 2011

,

mais frio do que o frio
algum espaço acontece
no tear da noite
nesta lua minguante
na escrita
de,


mais frio do que o frio
algum abraço (me) fenece
no tear da noite
nesta lua minguante
na escrita
de,

mais frio do que o frio,
mais frio do que o frio,

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Minha confusa madrugada



Alta madrugada, repenso o que fiz, enquanto na esquina o violão canta liberdade, meus conceitos são propósitos sem definições. Cada minuto, segundo e milésimo me fazem repensar, mas, o que fiz?, o violão da esquina já não se ouve mais, meus conceitos ainda são propósitos sem definições. Porque fiz, não quer dizer que eu tenha me superado em errar e não quer dizer que eu tenha acertado. Já amanhece o dia, o que fiz ainda é vago, mas, insisto em repensar, o sol escondido entre as serras que cortam a paisagem me mostra o que fiz e o que não deixarei de fazer. Sonhar foi o que fiz, mas, peço que alguém me acorde, porque, as vezes acordar de um sonho é a chance de começar um novo.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

A minha morte

Em uma manha fria
O coveiro cavava a terra úmida
Alguns transeuntes observavam,
Calados e serenos.

Chegou a hora.
É agora!
Arremessaram a cápsula de madeira no vácuo,
Lama sobre mim.

Minutos depois não deu mais
Fui acometido por um ataque de claustrofobia
Já era meia noite quando minhas mãos surgiram do chão do cemitério

Dei alguns passos como se fosse um zumbi daquele clipe,
O coveiro me olhou e disse:
- boa noite.

sábado, 18 de junho de 2011

A canção das estrelas caídas


   Não enxergo mais sua face querida. Aquela que estava em meu peito todo início de dia, aconchegando-se e chegando mais perto. Apertando-se contra ele como se aquele fosse seu refúgio mais seguro. Deslizando a mão suave, como se ela pudesse traduzir aquele momento tão indescritível. Acho que você ouvia como pulsava forte meu coração naquele instante, não pulsa mais assim hoje.
   Eu te puxava mais pra perto, e eu te sentia por dentro. Não éramos um porque estávamos juntos, éramos um porque os dois corações batiam no mesmo ritmo e dançavam a mesma música e mesmo estando em peitos separados, colidiram-se quando a beijei. E a beijei como se as estrelas fossem cair naquele instante. E caíram.
   À noite andávamos de mãos dadas e parecia que ela tinha sido moldada em nossa história, era ela que compunha aquela canção que cantávamos. Hoje ela se tornou um solo. E seus olhos me contavam histórias, e eu me entregava a eles. Hoje canto essa música para que as estrelas que caíram à leve de volta para você. E as cordas de meu violão desafinaram, e sua doce voz escapa incerta por meu inconsciente.
   Ainda espero a sua resposta. Aquela que você levou junto com meu coração. Querida, você sabe como é difícil pra mim escrever essas palavras, mas elas irão compor a canção que escrevo para você nessa noite silenciosa que nunca deixou de ser nossa. Talvez eu sonhe com a sua resposta, talvez eu já a tenha escutado antes dela ser pronunciada, porque suas palavras moldam meu coração, agora a parede dele está descascando e você não estará mais aqui para dar uma nova mão de tinta.
   Ainda sinto o seu cheiro naquela cama em que sua face ainda pertencia ao meu peito, hoje ele guarda um coração pesado, que canta para você toda noite e ele sabe que você escuta a canção das estrelas caídas. A música querida, essa me consola, porque é você que eu vejo quando fecho os olhos e a deixo deslizar pelas ruas vazias. Porque eu a sinto quando essas palavras chegam a mim silenciosas.  Partem de dentro de mim e voltam como um eco, distante.
   Suas mãos meu amor, essas que me faziam sentir o sol arder por dentro e queimava quando a minha pele tremia de amor. Se eu pudesse traçar um rumo em seu corpo que me levasse até onde sua alma fosse, eu traçaria. Eu poderia seguir suas pegadas, mas essas foram apagadas pelo cruel destino. E hoje só me restou essa canção.
   Anjos do bem não caem do céu, mas querida, você era um. E talvez seja por isso que você voltou para ele, anjos não podem ficar longe de sua casa por tanto tempo. E eles não podem pertencer a um mero mortal, pois é isso que eu sou, um mortal que canta a sua imortalidade.
   Talvez se eu a tivesse segurado com mais força, se meu corpo ainda abraçasse o seu nessa manhã, se seus lábios ainda tremessem desejosos nos meus, eu ouviria sua resposta a luz da lua que pertencia àquela noite. Eu ouviria o ‘sim’ que mudaria a letra dessa canção. Talvez se você estivesse na nossa capela àquela noite e não no seu carro em direção ao que hoje permanece entre nossos corpos, eu ainda sentisse sua face em meu peito e sentisse meu coração pulsar forte ao senti-la.

Postada originalmente no blog: O Silêncio de um Grito.
  

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Angústia

As vezes, parado nas madrugadas, deparo-me com momentos alucinantes, sinto minhas pernas tremerem com o frio de uma noite gelada, meu algoz para, sinto alguém ao meu lado em pé e parado, vestido de branco, sufoco-me aos travesseiros, procuro reagir em meio ao manto aquecido e esquecido das tempestades que caem lá fora, do brilho que vejo do outro lado do quarto, da emoção que sinto em meu corpo, do excesso de adrenalina produzido que emerge e sobe até a cabeça, meu cérebro não reage, estou estagnado pronto para o golpe final, será mesmo a morte? Morte que vem em momentos tão fúteis. Não! Ainda  não é a morte, tenho tempo para reagir. Meu coração acelera  ferozmente ao pulo de um punhal, que rasga meu peito aos prantos do sangue derramado! Mas não sinto dor, sinto prazer em uma espécie de frenesi... talvez! É como saltar de uma ponte, sabendo que lá em baixo há um rio caudaloso a sua espera, no momento de um voo em que você fecha os olhos para chegar e mergulhar. Agora só me resta acordar e chorar.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

                                                                                      
                                                            Elegia ao desengano   
  
Ria-se o riso incontrolável
Do degredo que espreitáva-me.
Gordo já era o demônio (...)
Tísica a minha felicidade.

Incontáveis foram os saidos da caixa;
Eu, porém , voltava ao cárcere.
Abri meus olhos às paredes de Pandora;
Solucei na escuridão que hospedáva - me.

Demasiado tarde, nada etéreo!
O demônio pesa-me nas costas;
E dentro da caixa de Pandora...
Cerrei a alma para sempre!

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Do pouco que eu deixei


   Você questionou-me várias vezes, mas suas perguntas nunca tiveram respostas. Eu sumi por algum tempo e enquanto eu dava passos tortos, você mantinha a luz do abajur acesa. E enquanto você ligava, meu celular mergulhava dentro da água da pia de um lugar qualquer. E o que eu fiz de mim enquanto você me amava? Meu amor, foram vidas despejadas.
   Do pouco que eu deixei, foi como se eu não tivesse deixado nada. E dos planos que você fez, eu só despejei migalhas. Do pouco que eu deixei, ficaram um par de meias e meia tonelada de lágrimas. Jarros quebrados e uma maquiagem borrada.
   Do pouco que eu deixei, talvez eu não quisesse levar nada. E eu sei, atrás de mim ficaram metade de palavras revoltadas. Será que eu te amo enquanto o espelho mostra uma face borrada? Será que eu te amei enquanto você chorava? Será que eu deixei menos do que você precisava?
   E eu trouxe uma pele camuflada dentro daquelas velhas almofadas. E eu andei pelas velhas calçadas e mutilei metade das minhas máscaras. Será que eu temia que você não temesse nada? Letras garranchadas no papel da velha carta. Será que eu li todas as suas palavras?
   Será que eu sei que eu sinto mesmo a sua falta?



Novas mudanças foram feitas no Vinte, para mais informações leiam a página: Funcionamento! 
Abreijos.                 

sexta-feira, 10 de junho de 2011



Límpida, pura, sem gosto, sem cheiro...
Ela nutre, acalma, conserva, protege, ela cura...
Mas ela, assim como tudo, é antônima;
Suja, impura, nojenta, causa delírios, sufoca é fedorenta...
Ela machuca, maltrata... Ela mata.
O por quê?
Não sei, ela nunca me revelou...

Mas a causa?
Sou eu!
Eu sou água
Tu és água
[Somos águas!]

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