quinta-feira, 16 de junho de 2011

Angústia

As vezes, parado nas madrugadas, deparo-me com momentos alucinantes, sinto minhas pernas tremerem com o frio de uma noite gelada, meu algoz para, sinto alguém ao meu lado em pé e parado, vestido de branco, sufoco-me aos travesseiros, procuro reagir em meio ao manto aquecido e esquecido das tempestades que caem lá fora, do brilho que vejo do outro lado do quarto, da emoção que sinto em meu corpo, do excesso de adrenalina produzido que emerge e sobe até a cabeça, meu cérebro não reage, estou estagnado pronto para o golpe final, será mesmo a morte? Morte que vem em momentos tão fúteis. Não! Ainda  não é a morte, tenho tempo para reagir. Meu coração acelera  ferozmente ao pulo de um punhal, que rasga meu peito aos prantos do sangue derramado! Mas não sinto dor, sinto prazer em uma espécie de frenesi... talvez! É como saltar de uma ponte, sabendo que lá em baixo há um rio caudaloso a sua espera, no momento de um voo em que você fecha os olhos para chegar e mergulhar. Agora só me resta acordar e chorar.

6 comentários:

  1. sempre há esperança de recomeçar ou recuperar o que parece perdido....por amor, a gente faz loucuras, salta do abismo, tudo faz e desfaz, mancha e desmancha o peito numa aventura voraz, na tentativa de acabar a angústia que há em nossa vida, à espera daquela sombra, a amada, que talvez não venha...

    ResponderExcluir
  2. Aê Ramilis, mostrando seu lado poético!
    Em quatro anos de convivência você nunca me disse que tinha uma queda para escrever poesias, tirando alguns detalhes- Né Emerson? kk- a sua poesia está muito gostosa de ser lida. Meus parabéns meu amigo!

    Te gosto pakas!
    Beijão.

    ResponderExcluir
  3. Mostrou com uma porrada a poesia latente dentro de cada um de nós! Seja bem-vindo ao 22'as...

    E que as angústias do sono sejam tão reais do que a própria realidade ao acordar!

    ResponderExcluir
  4. Lindo, forte.. Dói em quem lê, comove! É o que precisamos por vezes fazer quando algo aparentemente tão bobo, nos fere assim, tão bruscamente. Temos que ser fortes, apoiar os braços na parede e levantar do chão sujo. Varrer tudo e tornar a viver.

    Muito bem escrito, parabéns. Estou te seguindo, caso venha a meu blog e goste de lá como gostei daqui, retribua. Um beijo :*

    ResponderExcluir
  5. Perfeito. Amei a forma que voce se expressa e coloca força no que diz! Parabéns. Seguindo.

    ResponderExcluir
  6. Me lembrou a música De Raul " canto pra minha morte", ufa !!! Ainda bem que você acordou.

    ResponderExcluir

O conteúdo desse blog é protegido!

myfreecopyright.com registered & protected _ Todos os direitos autorais desse blog está protegido sobre a lei nº 9.610/1998. Por isso, se faz necessário a permissão do autor para publicar qualquer tipo de texto/documento em outro site ou blog. Os casos de plágio serão denunciados. A equipe Vinte e duas Letras agredece desde já a compreensão e consciência de todos.